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CARTA CAPITAL
“Péri na contramão da sintaxe efusiva
Dorival Caymmi e Gilberto Gil são dois dos autores que influenciaram o disco
Gravado por cantoras como Gal Costa (Voyeur), Vânia Abreu (Mais uma Vez, Dó de Mim) e Jussara Silveira (Gangorra de Dois), o compositor, cantor e violonista baiano Péri, radicado em São Paulo desde a década de 90, desembarca seu oitavo disco, na contramão da sintaxe efusiva da maioria de seus conterrâneos contemporâneos.
Como no ambiente minimalista de Samba Passarinho (2005), no nietzschiano O Eterno Retorno ampara-se somente na voz e no violão, um antigo Romeo 3, de 1984. Das 13 faixas, não têm sua assinatura apenas as matriciais Saudades da Bahia, de Dorival Caymmi, de 1947, e Eu Vim da Bahia, de Gilberto Gil, de 1965, dois dos autores que mais o influenciaram.
Entre as inéditas, a inicial Corre Saveiro (mostra a tua valentia/ a lua no céu é a luz/ que te leva nas águas da Bahia), com seus arroubos e negaças cerzidas nas cordas, foi inspirada no livro Mar Morto, de Jorge Amado, o avatar literário de Caymmi.
Mas há outros ecos no roteiro do álbum de Periandro Cordeiro Nogueira, o Péri, que aprendeu violão de ouvido, estudou harmonia, tocou na noite e já fez jingles para campanhas do ex-presidente Lula.
Como os do escritor inglês Charles Dickens (1812-1870), de Grandes Esperanças, no compassado fox blues à Djavan, Pequenas Lembranças (parti e nem disse adeus/ fugi sem olhar pra trás/ assim, evitei chorar/ deixei minha dor em paz).
E até do xote Esperando na Janela, projetado por Gilberto Gil, na retirante Um Dia Eu Vou me Embora (um dia eu vou mudar de vida/ na boleia eu vou pongar). Aberto numa onomatopeia vocal, o matreiro Meu Capote Sumiu evoca um ditado baiano, enquanto dispara dardos satíricos de inescapável atualidade: Olhaí essa dona, coberta de seda/ parece gente distinta, mas no fundo ela não me engana/ se deixar, ela some com a grana.”
Tárik de Souza (2016)
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NOTAS MUSICAIS
“Péri retorna ao samba em álbum em que exprime saudade e vivência da Bahia
É coerente que Péri tenha incluído os sambas Eu vim da Bahia (Gilberto Gil, 1965) e Saudade da Bahia (Dorival Caymmi, 1957) no repertório majoritariamente inédito e autoral do oitavo álbum do artista, O eterno retorno. Neste disco, gravado entre fevereiro e março deste ano de 2016 com produção capitaneada pelo próprio Péri, o cantor e compositor baiano – radicado na cidade de São Paulo (SP) desde meados da década de 1990 – exprime vivências e saudades da terra natal. Gravitando em torno do samba, ritmo de músicas como Canta (Péri, 2016), Coração elétrico (Péri, 2016) e Meu santo (Péri, 2016), o repertório expressa o sentimento que há no cíclico movimento de ir e vir, tema explicitado numa das composições mais inspiradas do disco, Um dia eu vou me embora (Péri, 2016), e também no interiorizado samba-canção Pequenas lembranças (Péri, 2016). Composição inspirada na narrativa de Mar morto (1936), um dos livros mais míticos da obra literária do icônico escritor baiano Jorge Amado (1912 – 2001), Corre saveiro (Péri, 2016) inicia a travessia deste disco calcado na voz e no violão manemolente de Péri.
Um violão de 1984, da linha Romeo 3, que serve bem à arquitetura de Meu capote sumiu (Péri, 2016) – música em que o canto de Péri adquire tom percussivo – e de Ela tá aí (Péri, 2016), samba que se movimenta veloz e serelepe tal como a menina-protagonista da canção nas andanças por cartões postais de Salvador (BA), cidade que personifica o misticismo ainda alimentado em torno de uma Bahia mais imaginada do que real. Em Ela tá aí, o canto de Péri também funciona como instrumento de percussão. O título do álbum, O eterno retorno, remete explicitamente ao homônimo conceito teórico desenvolvido pelo filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 – 1900). A Bahia arde e está viva ainda lá na alma do cantor e compositor, o que justifica a regravação de Senhora dos prazeres (Péri e Beto Pellegrino, 1997), ode à terra natal propagada como “generosa”. Nesse ciclo de ir-e-vir, em que o movimento pode ser tão somente interior, Péri parece ter feito o que o coração ditou, inclusive ao regravar o samba saudoso que Dorival Caymmi (1914 – 2008) compôs em 1947 e que gravou somente dez anos depois. Como dizem versos do samba Urubu tá de olho (Péri, 2016), “o bicho voa, mas não sai do lugar”. Sim, Péri veio da Bahia e volta para lá n’O eterno retorno.”
Mauro Ferreira (2016)
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TRATORE
“O cantor e compositor baiano Péri lança nesta quinta-feira (19) o álbum O Eterno Retorno, com distribuição da Tratore. Em seu oitavo disco, Péri faz uma ponte afetiva entre as histórias que viveu e as influências culturais de Salvador e São Paulo, cidade esta que escolheu para viver desde os anos 1990. Valorizando essa narrativa cantada em 10 canções, o artista utiliza apenas seu violão Romeo 3, de 1984, como acompanhamento. Ouça agora “O Eterno Retorno”, de Péri, em sua plataforma preferida.”
Tratore (2016)
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SCOL
O Eterno Retorno
“Quantas nuances de um mesmo sentimento conseguimos revelar? Melhor ainda: quantos sentimentos diferentes abrigam um mesmo sentimento? Ainda que esta questão não tenha motivado Péri em compor um novo álbum, inconscientemente – ouso até dizer – ele encontrou essa resposta. A chave para esse enigma está nas faixas que o “O Eterno Retorno” nos trás.
Em cada música, uma a uma, podemos desfrutar de emoções únicas, sensações profundas e próprias, mas em todas elas, separadas ou juntas, a âncora solta em alto mar é livre para o mundo, mas quer fincar seu sentimento de onde se partiu: a Bahia, porto e cais seguros. Está lá a criança, o adolescente, o adulto, o marido, o pai, o homem, mas principalmente, o artista.Partiu de lá e voltou pra lá, como um bumerangue que não tem como não retornar depois de cumprir uma trajetória.
Esse álbum resgata todo sentimento puro, de essência, raiz de quem partiu deixando raiz de quem nunca se foi. E nem há contradição ou dicotomia nesse retorno. Apenas a pessoa é porque nunca deixou de ser, só isso. Às vezes pode até se esquecer, mas, de repente, quando se abre os olhos para a criação e a arte começa a apontar caminhos, é aí que a Bahia assume o seu grande gene, único e plural.
“O Eterno Retorno” não é só um manifesto autoral de quem compôs suas próprias canções, é autoral porque foi revelado de Péri para Péri, num processo irreversível de conciliação consigo mesmo e com suas origens. O que parecia por muitos anos ser um hiato, evaporou-se. E por mais que seu cotidiano tenha “paulistaneado”, sua memória afetiva jamais deixou de mergulhar nas profundezas do recôncavo soteropolitano, e que para nosso deleite e graças a todos os orixás, sempre mergulhará.
É noís, oxente!”
Sergio Scol (2016)
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SPOTIFY
“Bahia-born composer Péri effortlessly invokes the great practitioners of samba and bossa nova through his simple use of voice and guitar. The Grammy-nominee singer and eradicated in São Paulo has recorded numerous albums, including 2005’s Samba Passarinho.”
James Cristopher Monger (2015)
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SINTONIA FINA
“O cantor e compositor baiano Péri lança seu quarto disco solo e dá sequência a uma carreira que começou na virada dos anos 90, se tornando um dos jovens talentos mais promissores da Bahia. Em São Paulo, conquistou a admiração do mundo musical, embora ainda não tenha chegado ao chamado grande público, mas ainda está em tempo, porque seu novo disco é um show de MPB moderna, pop, e muito popular, com novos sambas que retomam as melhores tradições e vão adiante. Como neste Segundo Tempo, que parece um clássico, que poderia ser cantado por João Gilberto.”
Nelson Motta (2008)
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JORNAL DO BRASIL
“Radicado em São Paulo, o baiano Péri (que teve “Voyeur” gravada por Gal Costa), tem uma dicção original de sambista de tons menores e um suingue diferente, com empréstimos da chula e do samba de roda (“Cadê quem”, dele com Ariston), e até um mote usado pelo maranhense Antonio Vieira (“Tem quem queira”, em dueto com Sylvia Patricia). O canto leve e o fraseado sombreado da guitarra semi-acústica dialogam com a bateria marcada na vassourinha de Serginho Rezende, em temas ágeis como “Segundo tempo”, “A bola da vez” e “O mundo virou” (com Vania Abreu). Fora do sincopado, Péri soa menos original, próximo a Caetano (“Mil maravilhas”) e Djavan (“Breve momento”). Mas, na prova dos nove da densa “O amor” (Beto Pelegrino), ele passa com louvor.”
Tárik de Souza (2008)
“Autor de boas canções, Péri faz um disco bem arranjado e bem tocado. Se não tocar no rádio é covardia.”
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ESTADO DE MINAS
Balanço diferente
“O baiano Péri, ignorado pela mídia, lança disco dedicado ao samba e garante que, fazendo um som que toca o coração, está um passo à frente, construindo ponte para as novas gerações
Aos 45 do Segundo Tempo
“É no segundo tempo que a bola se ajeita”, canta, peremptoriamente, Péri, cujo disco novo, integralmente dedicado ao samba, demarca nova fase na carreira do artista baiano radicado em São Paulo. Autor da envolvente Voyeur, gravada por Gal Costa no ignorado álbum Hoje, de 2005, Periandro Cordeiro Nogueira, o Péri, de 42 anos, continua solenemente ignorado pela mídia, apesar da qualidade de um trabalho que já contabiliza cinco discos gravados. 2º Tempo, que ele está lançando pelo próprio selo Baticum Discos, revela uma leitura original do ritmo essencialmente brasileiro, graças à base de guitarra semi-acústica (em substituição ao violão) e bateria, que resulta em um samba sincopado, cultuado bravamente por baianos como Batatinha, João Gilberto, Novos Baianos, Gilberto Gil e, às vezes, até Caetano Veloso.
“Com Samba Passarinho” – o disco anterior, em que já privilegiava o gênero, apenas à base de voz e violão – “descobri que não estava convencido do trabalho pop que fazia até então”, afirma Péri, admitindo que pagou preço caro pela escolha, apesar de o samba ter influenciando a sua música, de forma intensa, desde o início. “Não me canso de ouvir Djavan e Gilberto Gil, que também fazem um samba sincopado do jeito que gosto, mas a minha base é Dorival Caymmi e João Gilberto”, confessa o intérprete que cantou muito samba e choro na noite de Salvador. “É uma fonte que sempre bebi. Fico fustigando”, acrescenta Péri, que se cercou de quatro convidadas (Vânia Abreu, Jussara Silveira, Marcela Bellas e Sylvia Patrícia), coincidentemente com carreiras desenvolvidas na Bahia, para gravar o seu 2º Tempo.
A introdução da guitarra semi-acústica no samba é, na opinião do cantor, prova do passo à frente que ele está dando no gênero. “É a guitarra (solo) tocada como violão”, esclarece Péri, lembrando que ele não é um guitarrista. Para gravar o disco, comprou, estudou e aprendeu a tocar o instrumento. A idéia surgiu depois que assistiu a um vídeo do disco Ladainha, de 2003, que contava com a participação de Roberto Menescal. “Menescal toca uma semi-acústica maravilhosamente bem”, elogia. De repertório inédito basicamente autoral, além das 10 faixas (2º Tempo, A bola da vez, Dor de cotovelo, Dê o fora, Tem quem queira, O mundo virou, Mil maravilhas, Veloz, Breve momento e Maledicência) assinadas sozinho, ele gravou Cadê quem (feita em parceria com Ariston), Três sorrisos (Chocolate e Mário Lago) e O amor (Beto Pellegrino).
Mais um degrau
A participação das amigas baianas (a exceção é Jussara Silveira, que nasceu em Minas, apesar de criada em Salvador), segundo diz, não foi intencional. “Foi surgindo de forma natural, à medida que cada uma delas me visitava em estúdio”, revela o cantor que, no disco de estréia, teve participação de Mônica Salmaso no vocal. A gravação de Voyeur, por Gal Costa, foi “quase inacreditável”, na opinião do artista. “Gal é um ícone no Brasil e no exterior e, quando escolhe repertório de um disco, empresta o seu carisma às músicas”, reconhece, orgulhoso, lembrando que Carlos Rennó foi quem apresentou a canção à baiana. “Além de abrir portas, a gravação dela me permitiu subir mais um degrau de carreira”, diz Péri, que acaba de estrear, em São Paulo, a turnê de lançamento de 2º Tempo, que ele pretende levar a outras capitais.
O que virá depois do 2º tempo, o cantor ainda não sabe. Mas afirma que os dois trabalhos recentes mudaram tudo em sua vida. “A forma de compor, de tocar o coração das pessoas”, afirma, consciente de que vive um processo histórico, no qual ele acredita estar construindo ponte para as novas gerações. A expectativa de Péri é de tocar no rádio. Afinal, confia, “o jeito de fazer samba como estou fazendo é uma novidade. Apesar de manter o sentimento do inconsciente coletivo brasileiro, dou um passo à frente”, conclui, apostando em faixas mais sincopadas como a que batiza o disco e Bola da vez para tocarem no rádio. O público vai agradecer se isso ocorrer.”
Ailton Magioli (2008)
“O baiano Péri optou pelo despojamento no seu terceiro trabalho. Tudo muito simples.”
Helvécio Carlos (2003)
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BLOG DO MAURO FERREIRA
Péri voa alto no 2º Tempo do Samba Passarinho
“Integrante do time de jovens compositores realçados por Gal Costa no bom CD Hoje, o baiano Péri já chega ao quinto álbum, ironicamente intitulado 2º Tempo por remeter ao seu disco anterior, Samba Passarinho, editado no mesmo ano de 2005 em que Gal gravou sua deliciosa música Voyeur. Pois Péri voa ainda mais alto neste trabalho em que prioriza o samba. Um samba que tem assinatura própria e bem pessoal, ainda que evoque – a exemplo de faixas como Cadê Quem (Péri / Ariston) – a batida do Recôncavo Baiano. 2º Tempo ratifica o talento de Péri.
“Andam dizendo por aí / Que eu não entendo de samba / Que eu não nasci no morro / Não conheço tamborim / Isso parece mais dor de cotovelo / De quem não me conhece / Ou não gosta de mim”, alfineta Péri com segurança nos versos de Dor de Cotovelo, cantados pelo autor em dueto com a cantora Marcela Bellas. De fato, não há tamborim no CD. Mas a guitarra eletroacústica tocada pelo autor e a bateria de Serginho Rezende garantem o suingue, com o eventual auxílio da percussão de Ricardo Valverde em sambas como Segundo Tempo, no qual Péri narra a adrenalina que toma conta dos jogadores de futebol na segunda decisiva metade das partidas. Na sequência, A Bola da Vez mantém o pique do CD.
Além de Marcela Dellas, três vozes femininas reforçam o time de convidados do álbum. Habitual intérprete de Péri, Vânia Abreu participa de O Mundo Virou. Sylvia Patricia pôs sua voz na malemolente Tem Quem Queira. Já Jussara Silveira evoca sua origem mineira – ela nasceu na fronteira de Minas Gerais com Bahia, Estado com o qual está mais identificada no país das cantoras – em Veloz, canção bucólica e melancólica que cita na letra o trem de ferro e as montanhas das Geraes. Sim, entre sambas autorais e um alheio (Três Sorrisos, parceria de Chocolate com Mário Lago, gravada por Nelson Gonçalves), Péri apresenta algumas canções na segunda metade do disco. O Amor, de Beto Pellegrino, teve direito até aos violinos de Ricardo Hers em seu belo registro. Mas é um samba, Maledicência, que encerra o álbum em Péri voa alto sobre os clichês do gênero do qual parece, sim, ter bom entendimento. Mesmo que desconheça o tamborim…”
Mauro Ferreira (2008)
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CORREIO DA BAHIA
No quinto CD da carreira, o baiano opta pelo ritmo cadenciado e tem a companhia de conterrâneas
Péri na roda do samba
“Só fica na roda quem sabe sambar. A assertiva está na letra de O mundo virou, uma das 13 canções de 2º Tempo, novo CD do baiano Péri, que nesse quinto álbum dá provas de sua ginga e marca de vez seu lugar entre os bambas. O disco chega depois do bem-sucedido Samba Passarinho (2004) – finalista do Prêmio Tim e do Grammy Latino, em 2006 – e conta com participações especiais de Vânia Abreu, Jussara Silveira, Sylvia Patrícia e Marcela Bellas. Feliz com o resultado do novo trabalho, que teve lançamento oficial no Sesc Pompéia (São Paulo), dia 14, o cantor, compositor e violonista acredita ter encontrado agora a trilha certa para seu trabalho.
“É isso, esse é o tipo do samba que quero e que gosto de fazer, que me deixa feliz”, comenta, por telefone, dois dias depois do show. Para o músico, a sofisticada sonoridade de 2º Tempo já dava mostras de sua presença, mesmo disfarçada entre as batidas eletrônicas e misturas pop de seus primeiros trabalhos. Em A Cama e a TV (1997), CD de estreia e o mais pop deles, lá estava O samba é bom, composição dele mesmo. Com Morda Minha Língua (2000), repetiu a microdose com Mamãe falou e, durante as gravações de Ladainha (2003), chegou a se queixar de ser “perseguido” em quase todas as canções pela cadência do samba. “As sementes estavam todas plantadas”, diz.
A colheita começou com Samba Passarinho, uma arriscada aventura voz e violão, só com sambas. Deu tão certo e deixou o músico tão satisfeito que ele apostou nessa segunda investida, acrescentando agora outros instrumentos e, como numa boa roda de samba, contando com a participação de artistas que foram chegando devagarinho, aqui e ali. “O melhor é que nenhuma das participações foi planejada, mas aconteceram meio que por acaso, em encontros de amigos”, comenta. Foi assim com Jussara Silveira (Veloz) e Vânia Abreu (O mundo virou), que no Baticum, estúdio do cantor, experimentaram canções que depois acabaram por gravar.
Vânia, aliás, já tem várias composições de Péri em seu repertório, o que também não costuma faltar nos shows de Jussara – ele tem canções gravadas ainda por Gal Costa (Voyeur), Ceumar, Eliana Printes e Margareth Menezes. Também foi casual seu encontro com Sylvia Patrícia (Tem quem queira), no Baticum mesmo, e com Marcela Bellas (Dor de cotovelo). “Fui ver um show dela e gostei muito da mistura de ritmos populares e eletrônica. Gravar com Marcela foi bom porque marca a chegada de uma outra geração, numa continuidade de interesses musicais”, observa.
Além do time das meninas, que, como Péri, escolheram uma trajetória diferenciada no circuito da música baiana, Péri também trouxe para sua roda o baterista Serginho Resende, presente em todas as faixas, com exceção de O amor – composição do velho parceiro Beto Pelegrino –; Rodrigo Fonseca (guitarra em Segundo tempo, Mil maravilhas e Veloz; Ricardo Valverde (percussão em Segundo tempo e Cadê quem); Webster Santos (violão de aço em O mundo virou e viola e bandolim em Maledicência), o baixo de Fernando Nunes (A bola da vez e Dê o fora) e os violinos de Ricardo Hers (O amor). “Gravei primeiro com o Serginho, bateria e guitarra. Achei o conceito e depois me cerquei de pessoas que trouxeram cada um a sua marca”. E muita bossa.
Péri, além de assinar 11 das 13 composições do CD, também toca guitarra semi-acústica em todas elas – exceto em O amor –, pratos em Mil maravilhas e seu violão de nylon em outras. De outros compositores está também Três sorrisos – parceria de Chocolate e Mário Lago, já gravada por Nelson Gonçalves – e sua dividida com Ariston, em Cadê quem. “Fiz um trabalho quase minimalista em Samba passarinho e, em 2º Tempo, fiz uma escolha pontual de instrumentos, cuidadosa, sem nenhum excesso”, afirma. O resultado é extremamente agradável, com melodias que seduzem pela batida suave e bem marcada e pelas letras muito bem construídas e que pegam fácil, fácil.
“Sou um cancioneiro. Minha base é melódica e gosto de valorizar a poesia, a letra”, define-se. Daí o gostinho especial pelo samba e pela garimpagem de um ritmo puro, livre de excessos e peripécias instrumentais. Da cadência que sempre o “perseguiu”, tira boas tocadas e uma musicalidade de primeira. “No pop, tem muita gente que enrola, mas com o samba não dá para fingir”, afirma. Não à toa, louva o ritmo e faz brincadeiras com o prazer de se sentir pleno com ele. “É um ritmo nosso, brasileiro. A gente se lasca para fazer um jazz, mas o samba sai naturalmente”.
Desde 1991 morando em São Paulo, o artista mantém vínculo permanente com sua terra, principalmente o musical. Para abril, planeja lançar aqui o CD e seguir por aí com os shows do disco. No futuro, quem sabe uma seleção do repertório de Gilberto Gil. “Acho que gravações de grandes nomes são sempre bem-vindas.
“Nunca é demais”, pontua. Mesmo com o seu próprio estúdio e com um selo de mesmo nome, a Baticum Discos, se angustia quando pensa no mercado musical. “As relações com o mercado hoje estão muito complexas. Gravar, fazer shows, sobreviver com a música demanda uma estrutura empresarial bastante organizada e muito investimento”, comenta.
O compositor também não economiza críticas quando o assunto são leis de incentivo. “Grandes empresas acabam por investir só em quem já tem o nome firmado e exposto na mídia e quem está chegando ou é pouco conhecido acaba por nunca conseguir patrocínio para seus projetos”, aponta, defendendo uma possível mudança de critérios para o destino de verbas via incentivo fiscal. Para as novas tecnologias, elogios. “Tinha muito preconceito com algumas ferramentas, mas hoje as vejo com bons olhos, como o próprio MySpace”, comenta, contente com as facilidades de atualização de informações e de comunicação com outros músicos. Mais que nunca, ele está na roda.”
Margareth Xavier (2008)
Na cadência do samba
Baiano radicado em São Paulo, Péri lança quarto CD, homenageando o ritmo genuíno do Brasil
“Péri levou anos pensando em fazer um disco de samba. O cantor e compositor baiano radicado em São Paulo, no entanto, nunca levou o projeto a sério porque não se achava maduro para o desafio. Bom, finalmente, o tal CD desencantou. E o detalhe é que foi por puro acaso que Samba Passarinho ganhou vida. Péri, que estava desenvolvendo outro disco, continuava sem ter intenção de deixar de lado a MPB pop que sempre marcou sua carreira. Mas, de repente, empacou e desistiu de tudo o que estava fazendo. Como já estava em estúdio mesmo, decidiu tocar violão, simplesmente, resgatando músicas que gostava de cantar. Se apaixonou pelo formato e as canções novas foram brotando. “Foi quando percebi que o disco já estava pronto há anos. Eu que tinha medo de fazer”, revela.
Pois bem, o resultado é um CD de voz e violão, inteirinho de sambas, compostos numa linha retrô, que mescla a batida bossa-novista de João Gilberto, a elegância de Paulinho da Viola e um quê dos artistas da velha-guarda dos anos 40. Diferente, portanto, dos anteriores Ladainha (2003), Morda Minha língua (2000) e A Cama e a TV (1997). Referência em comum, talvez, seja a leve evocação a Caetano Veloso no cantar de Péri, que ressalta não ser proposital. “Sou de uma geração posterior a dele, mas não sou herdeiro do Tropicalismo. Isso nunca fez parte de mim. Agora, óbvio que me interessa saber o que ele faz”, contesta.
Para se sentir seguro mesmo, ele pediu que algumas pessoas escutassem o material. Primeiro foram Daniela Mercury e Vania Abreu, depois Ana Carolina e, em seguida, amigos menos conhecidos. Todas elogiaram, mas o fato é que Péri ainda não estava satisfeito. Enquanto as audições se multiplicavam, uma das cópias foi parar nas mãos de Gal Costa, que, de cara, se encantou com Voyeur e pediu para colocar no repertório do disco novo. “Foi quando tive certeza que o trabalho era legal”, vangloria-se, tranquilo.
Péri conduz as 12 faixas (a última, a 13ª, é um remix desnecessário) com personalidade e ternura pertinentes à história de amor que desenvolveu pelo repertório. Seu carinho não aparece somente nas músicas em si, mas também no tratamento que dá ao seu instrumento. O violão se destaca, elegante, bem tocado, realçando as composições de letras interessantes e, acima de tudo, românticas. “Optei por voz e violão porque desse jeito as pessoas podem enxergar melhor a raiz do samba. Claro que poderia fazer uma coisa mais contemporânea, mas quis mostrar as coisas como elas nasceram”, justifica.
Num momento em que o samba está pipocando por todos os lados, pode parecer que Samba Passarinho chegou oportuno. Mas foi pura sorte, alerta Péri, já que o disco foi concebido no final de 2003, quando o ritmo ainda não tinha sido oxigenado. “Fiquei superfeliz, o CD poderia ter encalhado, né?”, brinca. “Na verdade, é a valorização da nossa música, que ainda pode render muito mais”, arremata.”
Doris Miranda (2005)
“Bonito e bem produzido, Morda Minha Língua é coisa boa de acender.”
Hagamenon Brito (2002)
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CARTA MAIOR
Moisés Santana & Péri, os eleitos de Gal
Dois dos novos compositores gravados há pouco por Gal Costa, Moisés Santana e Péri, mostram em seus novos CDs porque merecem mais espaço ao sol da MPB.
“De uma promessa comumente realizada antes na MPB, ser gravado por um intérprete consagrado no Brasil não é mais garantia de reconhecimento e visibilidade maiores. Milton Nascimento, Ivan Lins e João Bosco são compositores que de fato projetaram-se depois que tiveram suas músicas registradas na voz de Elis Regina. Hoje, mais um sinal dos tempos, não é mais assim. Fred Martins e Celso Viáfora foram gravados por Ney Matogrosso (e outros intérpretes) e continuam criadores admirados por guetos. Gal Costa lançou luz há pouco a mais meia dúzia de novos compositores, dois deles estão lançando seus novos discos buscando mostrar que seus trabalhos merecem um pouco mais de sol.
Além de baianos, Moisés Santana (na foto) e Péri têm mais em comum. Ambos estão radicados há muito em São Paulo e estão há mais de década na música, compondo, gravando, tocando e cantando. Moisés Santana está com “Terra em Trânsito” (Lua Music), seu segundo álbum a tiracolo, e Péri resgata com novidades suas primeiras composições em forma de samba, apenas ao violão e voz em “Samba Passarinho”. É o quarto disco deste, estreando seu selo próprio Baticum. Em música há mais em comum entre eles, em que pese apresentem agora de formas distintas o zelo que dispensam às palavras.
Moisés bota suas composições num caldeirão de ritmos processados eletronicamente e presta homenagens ao rock nacional, via Arnaldo Baptista (que canta com ele em “Cê Tá Pensando Que Eu Sou Lóki?”, faixa do disco que contempla um videoclipe com desenhos do próprio Baptista), e rememora compositores gestados na MPB formalista dos anos 70 (Ednardo, Moraes Moreira, Fausto Nilo). “São músicos da minha memória afetiva”, disse Santana, relembrando o que ouvia, menino, em Salvador.
Em “Terra em Trânsito”, incutido também de cinema, Moisés Santana cercou-se de uma gama ampla de músicos, de DJs a virtuoses, de diferentes sotaques e gerações. São 17 faixas, sendo nove de sua autoria, a maioria ancoradas no samba, ainda que matizadas por barulhinhos eletrônicos. Barulhinhos que vêm também de memória afetiva, garante Santana. “Além da Tropicália, sou cria do rock, dos progressivos, a new wave dos anos 80, de gente que já lidava bem isso [a eletrônica]”, respondeu. Fazer do samba e MPB um liquificador pop também é a arte de Periandro Cordeiro Nogueira, o Péri. Só que a escolha, corajosa até, foi fazer um CD meio revisionista meio inédito só com sambas, à moda de João Gilberto. E assim “Samba Passarinho” se basta.
Depois de três discos com banda completa, variações de arranjo e flertes em gêneros diversos, Péri (na foto) resolveu apostar no seu lado intérprete. Intérprete puro, ancorado apenas em um violão e na palavra sonoramente construída. São 12 faixas (13 contando o remix da faixa-título) que não soam repetitivas por ser apenas samba de violão e voz. Péri exibe, e não é de hoje (o segundo CD dele, “Morda Minha Língua”, 2000, saiu primeiro nos EUA pelo pequeno selo Snow Creek), dois trunfos: é um ótimo compositor e cantor de boa e sabiamente colocada voz. Dos primeiros discos, buscou os primeiros sambas-puros “O Samba é Bom” e “Mamãe Falou”, mas os melhores são os mais recentes, incluindo o belíssimo “Voyeur” gravado por Gal Costa (em seu disco, ele o mostra com vocais dobrados). O samba-canção da música-título teve inspiração buscada no clássico verso de Mário Quintana: “Todos esses que aí estão/Atravancando o meu caminho. Eles passarão, Eu passarinho!”. São versos que espanam o mau olhado de um samba “claro”, “auspicioso” e “buliçoso”, como canta Péri. Somando todas as qualidades comuns e individuais, os conterrâneos prometem para breve um show conjunto.”
Edson Wander (2007)
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ESTADO DE SÃO PAULO
Brasil no Grammy
“O criativo Marcelo Kertész, da Duda Propaganda, é o único brasileiro a concorrer ao Grammy Latino na categoria Melhor Projeto Gráfico, com o trabalho que desenvolveu para o cantor e compositor baiano Péri, no CD Samba Passarinho. Apesar de pouco conhecido no Brasil, o CD do cantor tem despertado o interesse do público em outros lugares do mundo, como o Japão. O Grammy Latino será entregue, em Nova York, no Madison Square Garden, no dia 2 de novembro.”
Nota (2006)
Péri investe no samba com influência de Caymmi e Noel
“Quando lançou seu terceiro álbum, Ladainha, em 2003, Péri já anunciava a realização do projeto que agora chega ao público: um disco só de sambas. Com tantas atrocidades cometidas em nome desse emblema nacional, é bom deixar claro que o CD Samba Passarinho (Baticum Discos), que ele promove com show hoje no Sesc Pompeia, é daqueles que honram a velha escola. Mas também balança, só com voz e violão, por variações contemporâneas do gênero.
A investida de Péri nesse gênero não é novidade. Tanto é que duas faixas do CD (O Samba É Bom e Mamãe Falou) foram extraídas de seus discos anteriores, de perfil mais pop. Ele que trocou Salvador por São Paulo há 15 anos iniciou a carreira nos anos 80, cantando em bailes, festivais, casas noturnas. No repertório incluía gente como Noel Rosa e Ataulfo Alves. Essas influências são notáveis na estrutura de seus sambas sedutores, bem como a malemolência de seus conterrâneos Dorival Caymmi, Assis Valente e João Gilberto.
Péri assina dez das 12 composições de Samba Passarinho, uma das quais (Voyeur) foi gravada recentemente por Gal Costa. Há ainda duas regravações representativas: Dos Prazeres das Canções (Péricles Cavalcanti) e Meu Mundo É Hoje (José Baptista e Wilson Baptista). A sutileza é seu denominador comum.”
Lauro Lisboa Garcia (2005)
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MUSIBRASIL ITALIA
“Samba Passarinho”, Baticum Discos, Péri
“A volte, per fare un buon disco, basta poco. Una voce intonata e una chitarra bene accordata, ad esempio. Avendo a disposizione un piccolo studio personale in cui poter registrare in presa diretta, il gioco è fatto. È la formula utilizzata da questo baiano, da tempo immemore radicato a São Paulo e giunto ora alla sua quarta fatica discografica. Il suo valore come compositore è stato recentemente riconosciuto dall’illustre conterranea Gal Costa, che ha voluto includere “Voyeur” (anche qui proposta) nel suo ultimo lavoro “Hoje”.
Ingenua e romantica, è una canzone di delizioso gusto “caipira”. Nato artisticamente a Vila Madalena e figlio dei circuiti alternativi, Péri è l’ennesimo esempio di come la città natale di Adoniram Barbosa non sia solo centro di smercio musicale ma continui ad offrire un habitat ideale anche a chi non si dedichi esclusivamente ai generi più commerciali. L’album è interamente orientato al samba, in tutte le sue forme: samba duro, samba-de-roda, samba balada, samba-canção. È un disco semplice, onesto e genuino, che contiene dodici piccoli sambinhas, dieci dei quali scritti dallo stesso Perí.
Unici inserimenti altrui sono “Dos prazeres das canções”, lieve composizione di Péricles Cavalcanti e la rilettura di “Meu mondo é hoje” di José e Wilson Baptista, un omaggio al grande Paulinho da Viola. Su tutto questo “Samba passarinho” aleggia un aura di serenità zen che lo rende rimedio efficace “contro il logorio della vita moderna”, come recitava la pubblicità di un famoso amaro. A tratti si ha l’impressione di ascoltare il primo Caetano, quello che incantava sussurrando. Accade in “Jurema” e “Mentiras”, due “sambas picadinhos” alla Dorival, in cui sono maggiormente evidenti le radici baiane dell’autore.
Il momento più intenso dell’album è “O samba è bom”, dove il tempo rallenta e le emozioni accelerano. Molto bella ed orecchiabile la title-track, tanto da meritare un remix in chiave drum & bass, ad opera di Dj Chamberlain. Inserito come fascia bonus, è tanto inaspettato e disorientante quanto progressivo e appropriato. Un ottimo disco, elegante ed acustico, che consigliamo, in particolare, agli amanti di quello stile voz e violão in cui la musica brasiliana trova una delle sue espressioni più intime ed affascinanti.”
Antonio Forni, Itália (2005)
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GUIA DA VILA
“Péri encanta com sua música.”
Capa (2005)
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VEJA
Saindo da toca
Longe das paradas de sucesso, bons compositores renovam a MPB
“Faz um bom tempo que quem gosta de música popular brasileira tem motivos de sobra para se queixar da falta de renovação. Compositores de primeira linha custam a surgir. Os veteranos não criam mais grandes obras como no passado e a MPB tradicional, que foi a trilha sonora predileta de mais de uma geração, agora segue monótona. Nesse cenário, uns poucos compositores conseguem sair das sombras, atualizando a canção brasileira com boas idéias. Ignorada pela programação das emissoras de rádio e sem ter contrato com grandes gravadoras, essa turma batalhou para sobreviver no meio artístico e aguardou com paciência sua chance de chegar ao disco. Depois de muita espera, mostram trabalhos maduros, em vários casos surpreendendo pela qualidade. Eles têm pouco em comum, além da preocupação de evitar a mesmice e buscar soluções criativas. Nenhum deles tenta fazer misturas exóticas, preferindo valer-se da tradição da música popular.
Baiano bom de letra
Na música baiana atual, contagiante pelo ritmo de seus atabaques e excitante por suas danças cada vez mais acrobáticas, a poesia, que já reinou na terra de Castro Alves, tem sido jogada para escanteio. É só observar a profusão de “iô-iôs” e “aê-aês” da chamada axé music.
No disco A Cama e a TV,o compositor Péri, de 31 anos, que há seis trocou Salvador por São Paulo, mostra que é um dos poucos baianos da nova geração a se preocupar com as palavras que canta. Suas letras falam das angústias da época atual. Na faixa-título de seu único CD, lançado à própria custa num orçamento de 40 000 reais, ele canta: Vai a vida captando a vida / Via satélite pra todo mundo ver / Num quarto escuro / A cama e a TV.
Péri, que na verdade é Periandro Cordeiro Nogueira, aprendeu violão de ouvido, antes de ter aulas de harmonia
No disco A Cama e a TV, o compositor Péri, desde cursos de extensão na universidade, na época em que cursava História. “O que mais me influenciou foram as canções de Dorival Caymmi e Luís Gonzaga”, relembra. Quando decidiu morar em São Paulo, Péri conheceu o poeta concretista Augusto de Campos, que o incentivou através de um texto em que resume algumas de suas qualidades: “Péri tem bela voz, elegância cênica e, além de compor com sensibilidade, sabe reler o cancioneiro moderno em interpretações muito originais”. No disco, as regravações são de Dominguinhos e Anastácia (Só Quero um Xodó) e Gilberto Gil (Eu Vim da Bahia). Ambas se encaixam como luva tanto no CD quanto em sua biografia.”
Celso Masson (1997)
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FOLHA DE SÃO PAULO
Péri mostra o show “A Cama e a TV”
“Hoje e amanhã, o Piccolo Espaço Cultural recebe mais uma vez o cantor e compositor Péri, com o show “A Cama e a TV”. A apresentação é basicamente de músicas do CD homônimo, primeiro trabalho do artista soteropolitano, lançado recentemente. “Levei uma ano e meio para produzir esse disco, de forma independente, com a ajuda dos amigos”, diz Péri. Foram produzidas 3.000 cópias de “A Cama e na TV”. O show é o mesmo apresentado no local no mês passado. O repertório terá músicas como “O Querer”, de Caetano Veloso, “Vim da Bahia”, de Gilberto Gil e “Eu Só Quero um Xodó”, de Anastácia e Dominguinhos. “Todas com arranjos diferentes”, afirma Péri. “Apesar de eu ter composto a maioria das músicas do disco, acho interessante cantar músicas de outros artistas.” Os músicos Rodrigo Fonseca (guitarras e violão), Du Moreira (baixo), Ricardo Moska (bateria) e Márcio Forte (percussão) acompanham Péri no show.
Geração X
O som de Péri é definido por ele como “MPB com algo pop”. “MPB sempre me influenciou. Dorival Caymmi, Caetano, Gil, Luiz Gonzaga e artistas da minha geração, a geração X, são as minhas influências”, diz Péri, de 31 anos. “Nós desta geração estamos numa encruzilhada entre o que aconteceu e o que vai acontecer”, diz o baiano de nome grego. Seu nome verdadeiro é Periandro que, literalmente, quer dizer “homens em volta”. “Na Grécia Antiga, periandro era o local onde os filósofos se reuniam para trocar idéias”, explica o cantor.”
Marcelo Negromonte (1997)
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REVISTA CLAUDIA
“A Cama e a TV, CD de estréia do cantor baiano Péri, mostra composições próprias de bom estilo baiano pós-tropicalista, com bossa nova e canções melancólicas. Péri é a grande revelação vocal compositiva da temporada.”
Luís Antonio Giron (1997)
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A TRIBUNA
“Trata-se, como já deve ter dado pra perceber, de um dos nossos bons novos cantores, compositores e arranjadores. Está num excelente momento, produzido bem e muito e o disco é pra lá de inventivo, com suingue e ótimas canções, com letras espirituosas e bem construídas.
Está em perfeita sintonia com o que tem acontecido de melhor em nossa música.
Tudo, ou quase, dá vontade e dançar, mas não parece feito pra isso. Dá vontade de cantar e assobiar também, mas passa longe de ser fácil, extremamente fácil.
Mas o melhor mesmo vem quando sua música rola. Muito talento. Péri, enfim, indica bons ventos na nossa música.”
Julinho Bittencourt
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GAZETA MERCANTIL
“Refinamento.”
Orlando Margarido
“Qualidade técnica: excelente. A espera valeu: ele volta com inspiração e senso rítmico. Pratica música brasileira dançante e inteligente… As canções de Péri são bonitas e armadas com alta invenção. A Bahia não dá só axé-music.”
Luís Antonio Giron